Há muito tempo vemos uma briga saudável entre provedores que fazem rede cabeada usando cabo UTP e aqueles que fazem FTTH puro. As redes UTP, que originalmente eram voltadas para uso indoor, dentro da empresa, entre computadores de salas vizinhas, de alguns anos para cá vem se aventurando pelo lado de fora de salas comerciais e apartamentos e seguem também subindo em postes para sorte de alguns e desespero de outros.

Com a evolução dos equipamentos, a redução da queima por surtos elétricos e o surgimento do POE Reverso, essas redes cabeadas combinadas ou não, com fibra no backbone vem tornando-se uma alternativa barata e complementar às redes FTTH puras, pois dependendo do cenário podem ser extremamente úteis para dar velocidade no aumento rápido de ticket médio e número de clientes de um provedor, mesmo que ele pense em fazer o FTTH puro.

A Computech, recentemente adquirida pela Voz e Dados, trabalha com ambas as tecnologias. Oferecemos treinamento e capacitação nas tecnologias de Infra FTTX, FTTH e FTTX das linhas Fiberhome, Witek e Huawei e escrevemos esse artigo a fim de revelar nossa opinião em relação a esses conceitos.

O que podemos dizer sobre essa hibridização é que:

“Não se deve fechar os olhos para nenhum cenário onde combinar tecnologias seja a melhor alternativa!”

Diversos provedores de Internet nos procuram para treinamentos na área de Infra para redes híbridas PON + Metro. O que precisamos, de uma vez por todas, é nos livrarmos da velha camiseta da “única tecnologia”.

Um só fabricante ou um só tipo de projeto: essa receita não funciona em nosso mercado!  As empresas que não se reinventam ou não são criativas acabam morrendo.

Neste artigo vamos exemplificar com o uso de alguns cenários que revelam que unir tecnologias (de forma planejada e coerente!) revela-se algo retornável economicamente e não necessariamente prejudicial aos negócios. Vamos acompanhar!

Primeiro cenário: Redes Ponto a Ponto

Clientes pedem grandes larguras de banda ou redes onde se quer dar melhor performance de rede local Gigabit entre filiais. O uso da tecnologia Metro Ethernet nesse caso é sempre o mais indicado.

Em geral, nesses contratos deve-se levar em conta a capacidade de pagamento e do uso de serviços por parte do cliente, onde uma simples ONU pode não atender a demanda presente e futura.

Outro ponto que se deve levar em conta ao montarmos o preço de venda é o custo do capilar, visto que esse cliente vai consumir um filamento do seu cabo em cada segmento da rede.

Esse serviço pode sair bem mais custoso para você, mas gera muito mais ganho, tanto a curto quanto em médio prazo. E o melhor: com capacidade de banda ilimitada, visto que a tecnologia Metro Ethernet trafega facilmente com mais de 100 gigas de banda em um único filamento óptico possuindo valores bem mais acessíveis quando comparados aos de antigamente.

Segundo cenário: Prédios Comerciais e Residenciais

Existem muitas dificuldades, às vezes tornando até impossível, a tarefa de realizar uma instalação FTTH pura em dutos muito finos ou que possuam torções e curvas, pois os cabos de fibra óptica têm dificuldades de contorná-los. Além de ser muito caro devido à quantidade de tempo e mão de obra desperdiçados.

A alternativa para esse cenário é colocar um Switch e levar fibra Ponto a Ponto, (ou também uma ONU em Bridge) logo abaixo um Switch e cabos que fiquem disponíveis para os clientes onde roteadores nas casas farão a autenticação e o estabelecimento do túnel virtual de acesso IP.

Terceiro cenário: locais com pouco poder aquisitivo e ROI muito demorado.

Uma instalação FTTH pura gira em torno de U$200,00 por assinante conectado à rede. Agora some esse valor ao dos equipamentos gastos como com o roteador, ONU, depreciação da rede, juros, atualizações monetárias, necessidade constante de atualizações de tecnologia… Cito a migração Interna das casas para o Wi-Fi AC, os dispositivos 4k e os celulares cada vez mais poderosos com vídeo passando na rede.

Nos casos onde não temos tícket médio suficiente para suportar toda essa carga de valores, a solução Metro Ethernet torna-se interessante, pois é baseada em fibra no Backbone, tem resiliência, adota as boas práticas de Vlan por usuário e/ou IPOE / PPPoE e serve a propósitos bem interessantes no que tange a economia de valores e velocidade de instalação.

Para cada tipo de provedor, de cidade ou de região geográfica há uma receita diferente de sucesso, cabe ao gestor encontrar a sua.

Boa instalação a todos!

Este post tem 6 comentários

  1. Os provedores tem uma resistência com rede Metrô, com uma certa razão, as redes cabo antigas queimavam em cascata e em tempos de chuva o prejuízo era imenso, já passamos por isso.
    Resolvemos com uma solução própria, desenvolvemos uma placa que faz alimentação POE de ONU e switch no poste, temos ponto com até 13 clientes.
    Principalmente em loteamentos com maior densidade de residências é uma solução, técnica e financeiramente, completamente viável.

  2. Acabo de perceber que a Computech tem usando o termo errado todo esse tempo. Sempre achei estranho chamarem de “Metro Ethernet” essas redes de atendimento com cabo de par trançado, porque esse termo denomina outros tipos de rede bem mais complexas e elaboradas, a nível de operadora.

    O termo correto, que a Computech deveria estar usando, e que todo mundo fora do nicho de pequenos provedores usa, inclusive a Parks, é ACTIVE ETHERNET!

    1. Oi Tiago, essa é uma questão de semântica pouco relevante. Nosso tipo de rede é metropolitana e também comporta o protocolo Ethernet. Logo igualmente pode ser chamada de Metro Ethernet. Um abraço!

  3. Com certeza esse e o ponto de partida que ja soma finanaceiramete, garante robustez, e tendencia intercontinental ligando Paises, e solucao a nivel Provedor local, residencial,corporativo, E infinito os limites de ampliacao dentro do Metro Ethernet.

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